Espetáculos

Em repertório

Deus e o Diabo na Terra de Miséria – Teatro de rua
Livre adaptação do Capítulo XXI do livro "Dom Segundo Sombra" de Ricardo Guiraldes, mais conhecido como Ferreiro e a Morte. Todos os recursos que o teatro de rua oferece são usados e mesclados à cultura pampiana, enfocando, neste caso, o contador de causo. “Deus e o Diabo” é um causo que vira teatro, trova, rima e música. Uma farsa gaudéria que conta como a Miséria ficou espalhada pelo mundo. - Espetáculo de teatro de rua, para todas as idades. - Para escolas recomenda-se 7ª e 8ª séries e segundo grau. - Pode ser apresentado em praças, parques, pátios e espaços alternativos. O espetáculo estreou em setembro de 1999, já tendo realizado 520 apresentações para mais de 130 mil pessoas, em diversas cidades do Brasil.

O Negrinho do Pastoreio – Teatro de rua
Livre adaptação da lenda homônima de Simões Lopes Neto. É a lenda mais autêntica do folclore do Rio Grande do Sul. Conta a saga de um escravo que por ter perdido uma corrida de cavalos é cruelmente torturado até a morte pelo seu senhor e passa a ser conhecido como procurador das coisas perdidas. Basta apenas acender um toco de vela pro Negrinho. Se ele não achar, ninguém mais acha. - Espetáculo de teatro de rua, para todas as idades. - Para escolas recomenda-se 4ª a 8ª séries e 2º grau. - Pode ser apresentado em praças, parques, pátios e espaços alternativos (apresenta-se também uma versão para palco). O espetáculo estreou em setembro de 2002, já tendo realizado 365 apresentações para mais de 90.000 pessoas, em diversas cidades do Brasil.

Miséria Servidor de Dois Estancieiros – Teatro de rua
Adaptação do Clássico “Arlequim Servidor de dois Amos”, de Carlo Goldoni. É a continuidade da saga do personagem Miséria (espetáculo Deus e o Diabo), que depois de sua suposta morte não pôde entrar no céu e nem no inferno, então ficou vagando pelo Pampa e a capital Porto Alegre no final do século XIX. Nesta nova trajetória, Miséria tenta trabalhar como carregador. Quando se dá conta que o que ganha é pouco, começa a trabalhar para dois estancieiros que chegam do interior. É no meio destas confusões que se dão as peripécias de Miséria na capital. - Espetáculo de teatro de rua, para todas as idades. - Para escolas recomenda-se 7ª e 8ª séries e segundo grau. - Pode ser apresentado em praças, parques, pátios e espaços alternativos. O espetáculo estreou em março de 2008.

A Máquina do Tempo – Teatro de rua
A Oigalê propõe um trabalho de educação ambiental através do espetáculo “A Máquina do Tempo”, enfocando a questão do uso racional da água. Para isso, apresenta as figuras características da família Brasileira como pano de fundo para despertar a população sobre a necessidade de preservação do meio ambiente. - Espetáculo de teatro de rua, infanto-juvenil. - Para escolas recomenda-se 1ª a 8ª séries. Acompanha CADERNO DE ATIVIDADES. - Pode ser apresentado em praças, parques, pátios e espaços alternativos (apresenta-se também uma versão para palco). O espetáculo estreou em março de 2005, já tendo realizado 50 apresentações para mais de 16 mil pessoas, em diversas cidades do Rio Grande do Sul.

O Baile dos Anastácio - Teatro de rua
“O Baile dos Anastácio” é o resultado de dois anos de pesquisa da Oigalê em busca de um teatro de rua pampiano “gaucho” (Argentina, Uruguai e Brasil). Do vasto material coletado (imagens, vídeos, livros, contos e lendas) chegou-se a um elemento comum, estruturante e unificador que foi “O Baile do Anastácio”. Uma farsa de rua, construída dramaturgicamente pela Cia. em parceira com Luis Alberto de Abreu, com cenografia versátil, transformada e alterada em cumplicidade com o próprio público. O espetáculo, como não poderia deixar de ser, agrega a experiência da Oigalê nesses 13 anos de trabalho ininterrupto na rua, pontuando as cenas com uma das características marcantes nos trabalhos do grupo que é a trilha sonora executada ao vivo pelos próprios atores/cantores/ tocadores. Este projeto conta com o patrocínio exclusivo da PETROBRAS. * Espetáculo de teatro de rua, para todas as idades. * Para escolas recomenda-se 7ª e 8ª séries e ensino médio. - Pode ser apresentado em praças, parques, pátios e espaços alternativos. O espetáculo estreou em 12 de outubro de 2012

Circo de Horrores e Maravilhas
Circo de Horrores e Maravilhas é uma farsa baseada nos tradicionais circos dos horrores do início do século passado, que exibiam pessoas 'diferentes' como objetos de diversão. O espetáculo reflete sobre a exclusão, de uma forma divertida e poética. A barbada, a gigante, as siamesas, são algumas das atrações internacionais que descortinam suas histórias. Mulheres que evidenciam a superação de dificuldades, frequentemente vividas por aqueles que não se enquadram nos padrões de normalidade impostos pela sociedade. O texto foi inspirado em casos verídicos. As ‘grandes diferenças’ são mostradas como metáforas da intolerância às pequenas diferenças, existentes em diversos âmbitos da sociedade e que ainda prevalecem pelo mundo inteiro. A montagem partiu do texto dramatúrgico e de improvisações, por meio da pesquisa de uma linguagem de ampliação corporal, jogo e composição de imagens apropriadas à dramaticidade dessas figuras. A música é executada ao vivo pelas próprias atrizes, conferindo um colorido especial ao trabalho.

Fora de repertório

 

Era uma vez... uma fábula assombrosa
A opção agora é navegar pelo mundo das fábulas, realizando uma adaptação de um clássico literário de um dos autores mais criativos deste século, mas não tão conhecido do grande público, o premiado Claudius. O objetivo é resgatar as fábulas políticas “O Lobo e a Ovelha” e “O Progresso” do livro “Era uma vez...” de Claudius, montando o espetáculo de teatro para toda a família “Era uma vez... uma fábula assombrosa”. Foram selecionadas estas duas fábulas por abordarem questões pontuais como a destruição da natureza e as relações de poder, além de trabalhar a moral “às avessas”. Característica marcante do livro de Claudius. Pretende-se assim, dar continuidade ao trabalho de pesquisa do grupo mesclando o teatro de sombras ao teatro de ator. A trilha sonora original será composta especialmente para o espetáculo, que aprofundará uma das características importantes do processo de pesquisa que é a execução da trilha sonora ao vivo pelos próprios atores. Qualificando a obra e proporcionando o encantamento inerente do público a esse tipo de proposta.

Uma Aventura Farroupilha
Moacyr Scliar nos apresenta uma novela que mistura realidade e ficção: a família de Johann Schmidt decide emigrar da Alemanha do início do século 19 para o extremo sul do Brasil, em busca de melhores chances na vida. Após uma viagem estafante, chegam ao atual Rio Grande do Sul e instalam-se como colonos, cultivando a terra. Não tardará para que Franz e Rudolph, filhos de Johann, abandonem a lavoura para se lançar na luta dos revoltosos farroupilhas, chefiados por Bento Gonçalves e Giuseppe Garibaldi, que, na década de 1830, perseguem ideais de justiça e independência em relação ao governo imperial. Scliar situa o leitor no Brasil da primeira metade do século 19, mostrando o dia-a-dia daqueles que participaram dos conturbados acontecimentos de então.

Cara Queimada
“Feuergesicht” ou “Cara Queimada” é um texto inédito em português do dramaturgo alemão contemporâneo Marius von Mayenburg. A trama aborda o universo familiar onde a violência se apresenta sob uma constante humana. Duas gerações em conflito, os pais continuam juntos por puro comodismo e apesar de terem uma boa intenção estão longe de conseguir algum tipo de comunicação sadia. A patética mentira de suas vidas só faz aumentar a distancia entre eles e a realidade obscura da vida de seus filhos. Os filhos, um casal - Kurt e Olga - que em plena adolescência se fecham cada vez mais na sua relação doentia e incestuosa, fazem um mundo somente deles e com suas próprias regras, onde a vida e a morte perdem o valor e o sentido. Kurt tem uma obsessão pelo fogo e passa a incendiar tudo o que consegue, quando sua irmã descobre é tomada pelo mesmo sentimento. Os pais, vivendo no seu outro mundo de mentiras se dão conta tarde demais e ameaçando entregar Kurt à polícia, são assassinados, pelos próprios filhos. Olga acaba se arrependendo, coloca a culpa de tudo no irmão, e foge com ex-namorado Paul. Kurt sem mais alternativas coloca gasolina em toda casa e risca o fósforo. A temática é abordada sob a sua pior faceta onde a única saída realmente seja fugir ou queimar.

Mboitatá

Foi num tempo muito distante, onde o tempo todo era noite escura, nem lua, nem sol havia. Diz que houve um dilúvio que encheu tudo de água, e chegou também até à toca da Mboiguaçu (cobra grande) que há muito tempo dormia.

Ela acordou e saiu, mas comida não havia e então começou a comer os olhos das carniças. A água começou a baixar, mas a Mboiguaçu só comia os olhos e deixava o resto todo da carniça. Diz a lenda que a pessoa guarda nos olhos a última luz que havia visto.

Naquela escuridão sem fim, a cobra grande começou a ficar cada vez maior e num clarão só, pois só olhos queria comer. Quando ela foi vista pelos homens, eles se apavoraram e chamaram-na de cobra de fogo - “Mboitatá”, de tanta era a claridade que ela tinha. Mas as carniças foram acabando e então ela queria era olhos vivos.

Mas um dia a Mboitatá se esfarelou, pois os olhos encheram o corpo mas não deram sustância. Explodiu de tanta luz que tinha dentro de si, e assim voltou o sol. Ainda dizem que a Mboitatá, diferente de tudo que morre e volta pra onde veio, ficou sozinha. No inverno ela dorme mas no verão aparece como bola de fogo e corre campo.

Só tem dois meios de se safar dela: ficar parado com os olhos bem fechados ou laçar a danada e sair a galope, que ela bate numa macega e se esfarela. Aí vai embora, porque logo vai se juntar de novo.